sexta-feira, 29 de junho de 2012



Sempre a mesma metafísica

 – Que estás a fazer, Francisco? Perguntou Violeta, inquieta por o ver, há horas, a remexer na enorme pilha de pedras, destinadas, um dia, a serem muro.
 - Ando à procura de Deus.
 - E achas que o vais encontrar aí?
 - E porque não? Parece-me um lugar tão bom como qualquer outro.
 - Já te passou pela cabeça que Deus possa estar no céu?
Francisco tirou, finalmente, os olhos do monte de pedras, para olhar o tecto de nuvens cinzentas.
 - E onde está esse céu? – perguntou, devolvendo os olhos às mãos e às pedras, que levantava e voltava a pousar.
Violeta estava sem ideias, também ela cansada de procurar motivos para alegrar os dias, depois da morte da sua mãe.
 - Não sei. Talvez esteja dentro de nós.
 - Pois, eu estou convencido que o vou encontrar aqui.


DuArte

Sem comentários: