quarta-feira, 20 de julho de 2011

DIAS DOS AMIGOS - Crónica Benzodiazepina


Amigos e amigas

Vão-me perdoar, mas detesto o dia dos amigos, ou amigas, e todas as festividades carnavalescas que se seguem. É realmente curioso pois nasci numa terça-feira de Carnaval. Mesmo assim, nem associando o meu aniversário à grande “festa da carne” a aprecio. Não é pela data em si, mas pela forma como é comemorada. Odeio strip-tease organizado, quer feminino, quer masculino. Não por falso moralismo, mas há coisas que só fazem sentido se forem mais espontâneas. Irrita-me a obrigatoriedade de toda a gente perder a cabeça, beber, fazer figura de urso. Irrita-me. Mas, acreditem, adoro festa! Adoro amigos e amigas. Quem me conhece sabe que comemoro a amizade ao longo do ano até com pompa e circunstância. A histeria colectiva é que não me convence. Parece estar formatizada – o jantar, a bebedeira, o strip, e provavelmente, lágrimas no dia seguinte. Não há pachorra! Gosto demasiado dos meus amigos e amigas para os comemorar assim. A amizade para mim é uma coisa intimista, personalizada, requintada e atenta. Festejo-a frequentemente com jantares, saídas, conversas profundas ou brejeiras, pequenas loucuras, mas nunca com vulgaridade.


Lucinda Gray

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