quarta-feira, 16 de março de 2011


Vitimazinha

Ao N. assenta-lhe bem o papel de vítima. É um picante como outro qualquer. Há quem prefira procurá-lo frente a frente, nos olhos do touro. Doa o que doer!
O género do N. é mais aquela coisa pantanosa, doentia até, nem para a frente, nem para trás. Diz que não, mas queria era dizer que sim, ou ao contrário. Porque é o que lhe parece bem. Mas não tem a coragem necessária para encaixar isso e seguir em frente. Fica ali a vitimazinha a auto-flagelar-se, a cuspir ácido sulfúrico, a transformar o amor em ódio, a magicar vinganças ridículas e a remoer ideias falsas, que desconhece, mas que também não tem a coragem de enxergar e esclarecer. Porque o que gosta mesmo é ouvir aos outros e a si próprio: - coitado! sofre tanto... fazem-lhe tanto mal... pobre diabo! É um génio e é enganado e mal-tratado!
É o eco desta lamúria infantilóide que excita verdadeiramente o N.!

E os outros? alguma vez pensaste o que sentem? como os magoas? Consegues pensar em mais alguém além ti próprio, vitimazinha?


Iolanda Bárria

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