sábado, 26 de fevereiro de 2011

Crónica Benzodiazepina


IT'S RAINING MEN! ALELUIA!

Acontece de todas as maneiras possíveis. Na rua. Na casa dos amigos. No semáforo. Na auto-estrada a 180km/hora. Na discoteca às 6h da manhã. E, consta, cada vez mais, em encontros às cegas, furtivos, a ver se interessa, agendados virtualmente.
As pessoas procuram-se e encontram-se em desencontros que se sucedem ininterruptamente, sem tempo para criarem histórias juntos. Nada mais parecer interessar para além do sexo, esquecendo-se que não é isso que fica em nós quando nos encontrarmos sós, no fim de tudo.... Aí, serão os afectos a única forma de ligação à terra!
Mas o que se esconde por detrás destes encontros? Quantas horas de solidão são necessárias para colocar um anúncio na Internet?
Vou contar-vos uma história verdadeira. Imaginem duas mulheres amigas. Uma crente na virtualidades da Internet em matéria de conhecer homens. A outra totalmente descrente nos afectos virtuaiss. Imaginem a primeira mulher. Jovem. Inteligente. Interessante. Financeiramente independente. E linda de morrer. Conhece alguns homens através da Internet. Cativa uns. Outros cativam-na. Mais ou menos altos, mais ou menos magros, mais ou menos carentes, mais ou menos inteligentes, mais ou menos interessantes, mais ou menos estúpidos, mais ou menos casados... Mas quase todos eles, inequivocamente, em busca de uma mesma verdade - o sexo, algumas vezes encapotado em AMIZADE, RELACIONAMENTO SÉRIO e outras pérolas...
Agora imaginem a outra mulher. Também jovem. Também interessante. Também independente. Porém, CÉPTICA quanto à validade dos afectos virtuais. Mas curiosa. Quer perceber o funcionamento das relações electrónicas. Coloca um anúncio. Recebe respostas aos quilos. E eis que, numa triagem rigorosa, selecciona apenas UM homem com quem decide marcar um único encontro. Esse homem, o único seleccionado entre centenas de respostas, é o mesmíssimo homem com quem a outra mulher, sua amiga, andava a dormir. COINCIDÊNCIA?


Carmo Miranda Machado

1 comentário:

Elza Magna disse...

É isso aí, Carmo. A única possibilidade a mais que o mundo virtual oferece em relação ao real é a de se elevar a fantasia - e, conseqüentemente, o tombo!

Muito bom o blog.

Abraço