quinta-feira, 2 de dezembro de 2010


Táxi!!!

Façam um exercício comigo. Imaginem uma enorme vontade de trazer o céu à Terra. Imaginem uma vontade tão forte, que o próprio deus duvida das certezas que o fazem único e se apaixona. Imaginem um mundo tão belo, repleto e cheio de alegria, que nada vos impede de serem felizes e acreditar que sim; o amor quando chega, afinal chega para todos. Eu acreditei até às últimas consequências que ser feliz pode contagiar o mundo. Acreditei como um tolo patético e fui esmagado pelo mundo que ainda se ri enquanto escrevo estas linhas. Ri e rebola e revolta, que neste mundo não cabe tamanha empreitada. Talvez até tenha razão, o mundo, sabendo como sei, de onde vem e quem o inspira. O mundo quer que o aceitemos pelo que nos mostra. Argumenta e com razão, que o poder foi-lhe concedido pelo autor que o idolatra. Falso ou não, o mundo continua a puxar dos galões e abana-me que sem ele eu não sou nada. Que verdade tão falsa e apesar de tudo tão verdadeira. Eu não sou de facto este corpo que tecla, nem sou o nome por que me chamam, nem um passado de memórias que faz uma história; mas neste mundo é isso que eu sou. E não sou. O que sou eu, afinal?

Sou tudo, e nesse todo não cabe o mundo. É uma pena.. É uma pena que na verdade não caibam o amor e o ódio ao mesmo tempo, nem a vida e a morte, a alegria e a tristeza. Miséria se entre o falso e o verdadeiro apenas um o seja, e na vontade de termos ambos, perdemos tudo. É uma miséria pegada. É uma miséria miserável quando sabemos de antemão o que nos espera no final do sonho, e ainda assim...

Decidir viver para além de mim mesmo foi sem dúvida uma experiência muito mal conseguida.


DuArte

1 comentário:

Patife disse...

O Patife está siderado. E o Patife não é de ficar siderado. O Patife gostou disto. Assim para o muito. ;)