sábado, 4 de dezembro de 2010

Crónica Benzodiazepina


da vida dos livros

Certos livros têm até muita sorte em ir parar a uma prateleira. E aguentarem-se por lá, com aquela vizinhança toda.

Cheguei à conclusão que a mesinha de cabeceira não é o local mais apropriado para os livros. Ou, pelo menos, para todos os livros, indistintamente. Há que avaliar as suas naturezas e singularidades dos seus temperamentos antes de os sujeitar a isso.
Certos livros alteram-se na mesinha de cabeceira e nunca voltam ao que eram.

Há uma atracção irresistível entre lareiras e livros . Ser consumido numa (ou, por uma) lareira é a grande oportunidade de vida para muitos livros. É o êxtase!
Há livros que nunca chegam a ser consumidos. Podem até ser lidos vezes sem conta, mas nunca chegam a ser verdadeiramente consumidos. Não é terrível? Não é dramático?
Com uma lareira por perto isso nunca acontece. É uma segurança.


Iolanda Bárria

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