quarta-feira, 16 de junho de 2010



Metrónomo

É no silêncio que elas vêm. As sombras aracnídeas que se escondem na orla da visão. Os pensamentos negros e gelados. O vazio absoluto do não ser.
O ruído afasta o abismo. Quanto mais fútil e oco melhor. Veneno entorpecedor que me mantém preso a este sonho e me impede de acordar gritando, ofegando.
Durmo pois numa cama de teia de aranha, de seda pegajosa que me embala e me prende, que me sustenta e me sufoca até que de mim nada reste.
Mas nem todo o som é fútil e nem todas as notas vãs... o segredo está no que fazemos com elas.

Jonathan Strange

1 comentário:

Andrea disse...

Como isto faz tanto sentido para mim...

Andrea Marques